O motivo da demissão de Luiz Carlos Braga, então âncora do telejornalismo da TV Brasil e editor-chefe da EBC, teve como pano de fundo uma entrevista concedida ao ‘Podcast 61, em novembro do ano passado e cujos trechos voltaram a circular nas redes sociais nas últimas semanas.
“Não houve ditadura, mas um governo militar”, disse o jornalista em determinado momento, esclarecendo seu ponto de vista sobre o que viveu à época.
Vale lembrar que Braga atuou por 30 anos nas fileiras do grupo Globo de comunicação, que apoiou a entrada e continuidade do regime militar de 1964 a 1985.
Mas a sentença final teria vindo de dois momentos distintos. O primeiro quando ‘elogiou’ o ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda que tecendo crítica ao final:
“Ele [Bolsonaro] teve muita boa intenção, ele me lembrava muito a forma de governar do (Fernando) Collor. O Collor quando disse que não precisava do Congresso, o Congresso foi e tirou ele (sic). Cometeu alguns erros, mas cometeu erros como todo mundo que passou na Presidência da República cometeu“, disse
O seguinte, quando deixou uma opinião bem clara sobre a volta de Lula à política, após um período na cadeia:
“Me assusta o fato de você ter uma pessoa condenada em várias instâncias ter virado presidente, porque foram anuladas todas as condenações. Aí você pensa, todos esses juízes estavam errados“?, concluiu.
Os vídeos se tornaram virais e o próprio presidente da EBC, Hélio Doyle, reconheceu que teve que ceder à pressão ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o petista Paulo Pimenta, conhecido como 'Montanha' nas planilhas da Odebrecht.
“Eu não vivo alheio ao mundo, eu estive com o ministro Pimenta e ele estava muito contrariado, bastante contrariado e pediu para eu resolver a situação da melhor maneira, me disse ‘resolva a situação’”, disse Doyle, em entrevista ao site Brasil de Fato.
Doyle ainda repetiu o que ouviu de Pimenta:
‘Resolva a situação’.
Na entrevista ao veículo de esquerda, o presidente da EBC também assumiu a demissão de ‘todos os não concursados da empresa estatal que eram considerados bolsonaristas’
“Não que ele seja bolsonarista, eu não o considero bolsonarista, mas ele manifestou posições ruins, posições negativas sobre vários aspectos, inclusive a negação da ditadura militar”, disse sobre o âncora demitido, como justificativa pela demissão.
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